Acusado de espancar e manter em cárcere privado mulher e enteada é linchado na rua
Segundo testemunhas, apesar das agressões Orlando Pereira conseguiu fugir, mas foi capturado pela polícia no conjunto Nova República
Orlando Pereira, 35 anos, acusado de espancar e manter em cárcere privado a mulher e enteada de oito anos, foi encontrado nesta segunda-feira (23), em João Pessoa. Após a repercussão da matéria veiculada pelo Portal Correio nesse domingo, o criminoso foi reconhecido por moradores do bairro Colinas do Sul quando passava por uma rua do bairro. Revoltadas com o crime as pessoas lincharam o acusado.
De acordo com informações de testemunhas, apesar das agressões Orlando Pereira conseguiu fugir, mas foi capturado pela polícia no conjunto Nova República, no bairro do Gaisel. Devido aos ferimentos, ele foi socorrido para o Hospital Ortotrauma de Mangabeira, mas já recebeu alta e foi levado para a Delegacia da Mulher, onde é ouvido pela delegada Vanderleia Gadi.
A delegada informou que já foi expedido o mandado de prisão pela juíza da Vara da Violência Doméstica, Israela Cláudia da Silva.
Ainda de acordo com a delegada, ele será autuado pelos crimes de cárcere privado e violência doméstica.
Orlando Pereira matinha presas em casa, no bairro do Grotão, sua mulher e enteada.Na última quinta-feira, o acusado usou uma faca para ferir a mulher e a criança. A violência foi tanta que o rosto da menina ficou desfigurado. Segundo a delegada, a mulher não teve como pedir socorro, já que vivia presa, mas no sábado, a mãe dela foi visitá-la e “a vítima teve coragem de contar o que se passava na casa”.
“Às vezes, a avó da criança ia visitá-la, mas a mulher não tinha coragem de contar as agressões que sofria, pois o marido ameaçava matar as duas e depois cometer suicídio se alguém soubesse do caso. A mãe não aguentou ver o estado crítico da filha, que foi severamente agredida, e pediu socorro”, relata Gadi.
De acordo com a autoridade, as duas saíram correndo de casa carregando a menina e pediram ajuda a um homem em uma moto, que, por coincidência, era policial. O militar informou o caso a Polícia Civil e socorreu as vítimas para o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena. A mulher foi liberada neste domingo (23), mas a criança segue internada em estado regular.
Durante o período que viveu presa, a mulher só podia sair de casa para comprar alimentos, “mas com o marido ao lado, a todo instante. A menina só ia para escola de manhã, mas também sofria ameaças do padrasto, que jurava que a mataria se ela revelasse algo no colégio".
A criança segue internada no Hospital de Trauma. A delegada informou que ela passará por exame traumatológico após receber alta.
Fonte: Por Naira Di Lorenzo